sábado, 6 de setembro de 2014

O diário da construção de uma guitarra.

Por onde começar? Pelo começo. E quando se trata de construir alguma coisa, começo significa adquirir todo o material necessário e também todas as ferramentas. Já faz algum tempo que venho juntando peças e maquinário para tornar possível minha empreitada porém resolvi começar apenas quando tivesse em posse de tudo que precisasse  e assim foi. Justo porquê não quero ficar enrolando. Quero começar e terminar rápido como tem que ser. Pois bem, esta guitarra vai ser a segunda feita totalmente na oficina de luthieria Zimmer-Collen. A primeira foi a de 12 cordas. Paralelo a esta está sendo construído um double-neck estilo Shergold tipo aquele do Mike Rutherford (modular também) com corpos intercambiáveis. Este deverá levar algum tempo pois ainda faltam algumas peças para serem adquiridas. Mas voltando a guitarra, esta será no modelo original igual a de 12 cordas mas com cavidades internas (semi hollow) e bocas em F. Para o corpo selecionei duas peças de cedro rosa coladas e tampo em jequitibá. Para o braço uma peça bem madura de marfim que estava guardada à uns 15 anos e escala em ipê. As primeiras fotos mostram o cedro colado e marcado para os furos iniciais, primeiros cortes e cavidades.


Nas fotos abaixo agora podem ser vistas as cavidades para os captadores e controles bem como a cavidade de ressonância onde ficarão as bocas em "f". Também em seguida o braço pré formatado em marfim e a escala em ipê já abaulada com o raio de 12 polegadas. Note atrás do braço o tubo de lixa de raio (invenção minha) que diminui em 70% o tempo do serviço e a barra de lixa de raio para acabamento final da escala. Amanhã farei o encaixe do braço e formatarei o corpo e se sobrar tempo farei um doce de abóboras (adoro)!



Pois bem! Domingo de tarde, hora de botar a mão na massa de novo. Depois de passar 40 minutos procurando uma fresa que eu não sei onde foi parar (porquê a minha oficina é uma zona) resolvi ir para o plano B. A próxima foto mostra os rebaixamentos para encaixe das tampas traseiras da chave e potenciômetros bem como a placa que sustenta o braço.


Estes entalhes foram feitos usando uma mini retífica com guia de corte e uma broca helicoidal. Abaixo o corte para encaixe do braço.


Próximo passo: O maníaco da serra tico-tico entra em ação (ainda bem eu não tenho que arrancar pedaço de ninguém com essa serra se não ia demorar e doer pra cacete).


Abaixo o corpo cortado com a famosa "gordurinha", um ou dois milímetros pra fora do corte para garantir qualquer erro da serra.



Nesta altura do projeto me dei conta de que cometi um errinho básico. A peça que usei tem a bitola de 40 mm e não 35 mm como deveria ser sendo então que o corpo vai ficar um pouco mais grosso do que eu planejei por causa do tampo de jequitibá que vai por cima. Não invalida o projeto, só vai ficar um pouco mais gordinha. Talvez seja até um charme, tenho visto cada gordinha lindinha por aí...

Na sequência, mais uma invenção para ganhar tempo e melhorar o serviço: Tubo de lixa adaptado para furadeira de bancada. Com esta lixa amarela de 36 grãos esta coisinha come mais e mais rápido do que o Gugu quando acorda!

Depois de lixada aí está a peça pronta para a próxima etapa: receber o tampo.



Bom, já está um pouco tarde e o doce de abóbora vai ficar pra amanhã. Cansei!


Comentem no final da página. Comentários são bem vindos. Obrigado e até breve.

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