quinta-feira, 28 de maio de 2015

Atlântica I e II - Parte 3

Bom, vejamos aonde havia parado. Ah, realmente havia parado por conta das peças que tinha comprado e não chegara ainda. De posse destas vamos em frente. Próximo passo: formatar o braço.



Aproveitei e testei o encaixe. Depois de formatado colar a lâmina de cobertura da paleta e furar os buracos das tarrachas e do padrão Zimmer-Collen (marca registrada é importante). A seguir o detalhe da paleta.






Hora de entrastear a musa. Trastes Dunlop médio serão aplicados. No detalhe o curvador de trastes feito por eu mesmo. Não muito preciso ainda mas funciona bem. Logo farei um upgrade.



E finalmente, o braço já entrasteado.



E pra fechar por hoje, a construção em sanduíche da Atlântica II com 2 peças de peroba rosa e uma de ipê.


Por hoje é só.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

ATLANTICA l E ll - Parte 2

Muito bem. Como todos já viram como é feita uma guitara passo a passo no "Diário da construção de uma guitarra" vou abreviar alguns pontos e passar para as vias de fato. Das duas guitarras modelo Atlântica a primeira terá o corpo em cedro rosa, braço em pau marfim, escala em ipê e cobertura da paleta em imbúia. A ponte é tremolo flutuante de 2 pivôs Wilkinson e os captadores alnico 5 também Wilkinson. Vamos as fotos.

Abaixo: Madeira para o braço - marfim


 Colagem da escala já com o tirante embutido (é lógico, né?).


 Depois de seco...



Escala rebaixada e abaulada.


E pra encurtar a conversa, o corpo já cortado escavado e chanfrado.




 Detalhes dos rebaixamentos, isso deixa o instrumento muito mais confortável.


Colando as laterais da paleta.



 Depois de seco, os recortes.



Bom, por hoje é só. Espero que estejam apreciando. Comentários são bem vindos. Até breve.

terça-feira, 21 de abril de 2015

ATLÂNTICA I E II - Parte 1

Passando por aqui para deixar o 'template" que quer dizer "molde". Assim a comunicação fica mais fácil. Nada de "headstock", "cutaway", "hollow body" e outros estrangeirismos. O negócio aqui vai ser no bom português a partir de agora e se eu me esquecer podem puxar minha orelha. Aí vai o molde com a participação especial do pé do Moisés.


Apesar de tê-lo feito em MDF é mais aconselhável fazê-lo em acrílico (PVC e ABS também são bons) ou alumínio (ideal). Jamais de papel, cartolina ou cartão. Estes todos mudam de tamanho com a umidade, inclusive o MDF também conhecido como masonite que é um tipo de super papelão prensado e é muito ruim para aplicações sérias. Mas por ser um molde dá pra passar, o problema é que não vai durar muito e se estiver pretendendo fazer muitas cópias com o passar dos anos as curvas mudarão de lugar! 
É isso aí, o próximo passo será juntar as peças de cedro para os corpos.
Até já!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Encomendas! Yeah!

Ok, é isso aí. Vai sair a primeira encomenda da série Oceânica. Depois da "Pacífica" agora é a vez da "Atlântica". Serão feitas simultaneamente duas dessas guitarras com sutis diferenças entre parte elétrica e madeiramento. Entre as madeiras estão o Pau Marfim, Cedro Rosa, Jequitibá, Imbuia, Ipê e Peroba Rosa. Ponte flutuante e captadores single (talvez um humbucker dependendo da escolha do cliente). Para iniciar os trabalhos o desenho em escala é mostrado. Como se pode ver no detalhe há vários entalhes no corpo para encaixar as mãos facilitando o acesso a todas as casas do instrumento e acomodar o braço (do músico). Sobre o desenho a delicada mão de minha querida ajudante Núbia Verônica.

Próximo passo: Templates.

Até lá!

sábado, 11 de abril de 2015

DIÁRIO DA CONSTRUÇÃO DE UMA GUITARRA PARTE (QUASE) FINAL

Ahááá! Finalmente! Vou apresentar o resultado (quase) final desta obra que me consumiu alguns meses de trabalho. Primeiro vamos às fotos e depois as considerações.









Considerações quase finais (porquê o jogo só acaba quando termina):
Pouquíssima coisa nesta guitarra não deu certo com eu esperava, alguns pequenos erros aconteceram mas atualmente nenhum deles depõem contra o instrumento. O primeiro deles foi que quando escavei o corpo para as furações esqueci de levar em consideração que haveria uma lâmina superior com 1 cm de espessura e a bitola final aumentaria para 5 cm. Por causa disso a junção corpo/braço ficou ligeiramente desconfortável o que foi resolvido rebaixando um pouco a parte de trás da junção no corpo lá onde onde ficam os parafusos e a placa que prende o braço já que não era mais possível diminuir a bitola do corpo. 
Outra coisa a ser levada em consideração é que quando se monta um instrumento com várias madeiras e muita colagem não se deve demorar muito para dar acabamento mesmo que seja provisório pois madeiras se movimentam com a mudança de clima (calor e humidade) e coisas ruins podem acontecer como descolamentos, por exemplo. Felizmente nada grave aconteceu apenas o descolamento de uma fita lateral.
No mais tudo deu certo inclusive o braço mais largo que ficou excelente, agora posso tocar os acordes limpos sem os dedos embolarem e abafar as notas (mão de Shreck). O detalhe dos furos na paleta é um charme que eu guardei para o final, me inspirei nos "crop circles" dando um ar de guitarra "alienígena" (meu amigo Gurgel vai adorar). A ponte tipo Bigsby funciona bem, a captação Wilkinson (original) é boa e aproveitei para acrescentar uma chave corta-bobina nos captadores dando a opção Humbucker/Single, a afinação está perfeita, a tensão está ótima enfim... pronta para rockar! 
Toquei com ela no lançamento do disco TRIO-DNP e já estou amando! Não largo mais. 
Moral da estória: Tem uma guitarrinha Squier aí que vai tomar um pé na bunda...

PEDAL MUITO DOIDO!

Atendendo aos meus amigos protofônicos pesquisei um circuito que atendesse a necessidade de um chorus para o baixo do André Gurgel. Chorus existem aos montes por aí, ele mesmo andou testando alguns. Só que ele quer algo diferente, e quando se fala em "algo diferente" no Protofonia pode esperar que tem ruído no meio! Gurgel é ruidista nato, logo lo fi é bom. Como a maioria dos chorus são bonitinhos e politicamente corretos pensei logo em ir por outro caminho. Lembrei logo do bom e novo PT(não confundir com o partido)2399, chip de delay digital que parece analógico com 350ms de atraso (o mesmo tempo usado nas camaras de echo Binson (aquela do Gilmour usada em Echoes (legal, né? (e chega de parêntesis!)))). Com ele se faz chorus com uma certa vantagem, também sendo delay modulado com um monte de sons esquisitos além do loop infinito que faz uma zoeira infernal. Poderia eu mesmo ter criado um circuito já que o grosso da parada é o PT e já está tudo mastigado no datasheet porém resolvi pesquisar o Echobase que já era um velho conhecido e achei uma mod muito interessante que acho, vai servir muito bem.
Ok, vamos ao circuito.



 Acima o circuito do Echobase que peguei no site de Andreas Siagian - Squaresolid. É apenas mais uma variação do circuito das tantas que existem por aí. De cara já dá pra ver tudo, no coração do bicho o PT2399 com alguns componentes periféricos responsáveis pelos filtros passa-baixa e controle de velocidade feito por um oscilador externo para gerar a modulação. Além disso foi acrescentado um recurso muito interessante chamado tail (rabo) que permite que o último sinal processado continue soando mesmo depois de se ter desligado o pedal.


 Placa de circuito impresso - se for copiar com papel vegetal ou transferência deverá inverter o desenho.



Como sou adepto do "faça você mesmo artesanal" nada de serigrafia. Vamos no canetão! Não esqueça de limpar bem a placa antes de desenhar, uma esponja de aço vai bem!

Capriche no desenho para as trilhas não ficarem fracas depois da corrosão.

Depois de passar pelo banho de percloreto de ferro fica assim, prontinha para receber os componentes.
Por hoje é só.


quinta-feira, 12 de março de 2015

Diário da construção de uma guitarra - parte... sei lá, não lembro mais!

    Ahháááá!!!. Estou de volta. Hoje fui a oficina dar um "adianto" no serviço da guitarra. Estamos na fase do acabamento mas antes é preciso concluir uns detalhes e entre eles as famigeradas bocas em F. Confesso que deixei este detalhe para o final porque estava com medo dele. Nunca fiz isso antes. Mas para tal feito usei uma ferramenta excepcional, um verdadeiro canivete suiço, a micro retífica. Ela é usada para serviços pequenos onde o importante é o detalhe. Acoplei nela uma broca helicoidal, para quem não conhece trata-se de uma broca que corta tanto para dentro como para os lados e assim sendo a micro retífica pode ser usada como tupia em pequenos detalhes. Uma verdadeira mão na roda (sem trocadilhos, por favor). As fotos a seguir mostram as bocas prontas em detalhes.




E como se diz em Minas Gerais: Vai ficar um pitéu!

    Outro detalhe que precisava ser resolvido era a marcação da escala. A princípio quis fazê-los pintados mas logo percebi que não ia ficar bom então tratei de mudar de idéia. Mas também não queria mexer com incrustações (engraçado, acaba de me ocorrer uma coisa - será que "incrustação" tem a ver com "crustáceo", tipo ostra, madre pérola...? Será um crustáceo grande?). Esse negócio é meio chato então fiz da seguinte maneira: furei os buracos na escala e enchi com massa poliéster branca. É facil, seca rápido e lixa bem. E também é facil de dar acabamento. Pronto, resolvido. A foto mostra os buracos cheios de massa e um deles já lixado. De última hora resolvi usar uma idéia meio radical que me ocorrera há alguns meses porém só saberão no próximo capítulo desta saga ( que eu espero que acabe logo pois pretendo usar esta guitarra no dia 04 de Abril no show de lançamento do novo disco do DNP.) 



Bom, pra terminar por hoje queria colocar aqui uma foto do Moisés, meu sócio na "doceria" mas como ele não apareceu vai ficar para a próxima. Obrigado e até breve.

domingo, 1 de março de 2015

Simulador de Leslie

    Um dos projetos mais ambiciosos que já idealizei sem dúvidas é o simulador de Leslie (tem um outro mas só vou falar daqui a um tempo). Para quem não está familiarizado com o tema, a famigerada caixa Leslie é um conjunto de alto falante e corneta que giram produzindo um efeito tipo chorus e tremolo juntos mas com um som mais espacial. O efeito é mecânico e por isso mesmo é impressionante. O simulador é eletrônico mas imita muito bem o efeito produzido sendo hoje largamente usado em órgãos portáteis com ótimo resultado.
    A proposta aqui é criar um circuito novo baseado na tecnologia que existe no momento à disposição no mercado, pode-se notar claramente que não se trata de um projeto fácil cujo objetivo não posso garantir que alcançarei entretanto acho extremamente positivo a forma desafiadora que está sendo conduzida. Cada etapa será desenvolvida, testada e analisada a parte e depois inserida no contexto geral.
    Aqui cabe uma observação necessária. A maioria dos componentes desenvolvidos hoje vem com um datasheet de fábrica que muitas vezes fornecem circuitos básicos utilizando o componente em questão, estes circuitos são usados como referência pelos projetistas para criar seus equipamentos. Daí a similaridade entre vários projetos. Neste esquema serão usados unidades de retardo, osciladores de baixa frequência, circuito de overdrive, filtros e divisores de fase. Todos estes podem ser encontrados aos montes por aí, basta escolher alguns ou consultar os datasheets e fazer as devidas adaptações.




    Deixarei a princípio o diagrama de blocos para que possam entender em linhas gerais como funciona o simulador. No próximo capítulo explicarei detalhadamente cada bloco. Por hoje é só e fiquem com um exemplo clássico de uso de caixas Leslie.

https://www.youtube.com/watch?v=iqaa9qwpmSA

sábado, 28 de fevereiro de 2015

VOLTANDO A ATIVA

    Por força das circunstâncias precisei abandonar as atividades na divisão de luthieria e eletrônica da Zimmer-Collen por algum tempo. O motivo foi mudança de residência. Por conta dos ajustes na casa nova como montagem e construção de novos móveis precisei ficar afastado da oficina. Mas agora que as coisas estão se ajustando já posso voltar com as atividades. No topo da lista de projetos está a conclusão da guitarra que vinha construindo. Atendendo a pedidos desenvolverei o projeto de um chorus diferente para André Gurgel e um gerador de ruídos para André Chayb ambos do Protofonia.
Um velho projeto que está em tempo de voltar a prancheta é o simulador de leslie para guitarra e teclado. Além disso ainda tem o double neck que já está iniciado e uma cítara eletrica. Agora é criar coragem para levantar cedo e botar a mão na massa. Ah, e antes que me esqueça este blog receberá atualizações de meu recém associado luthier Moisés Pacífico que está construindo seu contrabaixo "ossobuco". Breve teremos atualizações. Até breve.