sexta-feira, 13 de setembro de 2013

The Fish - O som do Chris Squire

          Bom, tudo começou quando há muitos anos atrás, lá pelos idos de 96/97 eu estava a passear pelo estúdio Artimanha (onde viria a trabalhar alguns anos depois) quando me deparei com uma revista Mix e não tendo nada pra fazer naquele momento comecei a folhear. Para minha surpresa encontrei uma entrevista com Eddie Offord (produtor do Yes) onde ele detalhava como eram feitas as gravações do baixo do Chris Squire. Como devem saber, o contabaixo Rickenbaker possui duas tomadas de saída sendo uma mono e a outa estéreo. O conceito é simples: cada captador é enviado separadamente para as saídas além do que o captador da ponte passa por um filtro cortando os graves. Estranho não é, principalmente se tratando de um baixo? Essas duas tomadas podem alimentar dois amplificadores cada um com um som diferente. E foi o que fizerem, segundo Eddie o captador do braço vai direto pro console enquanto o da ponte (filtrado) vai para um amplificador de guitarra saturado e depois de microfonado vai também para o console onde é misturado com o outro canal. Resultado: O som do Chris - Com peso nos graves e distorcido nos agudos. A marca registrada do Yes.
     E então como conseguir um som assim sem ter toda essa parafernália de equipamentos que custam um rim? Debrucei-me sobre o assunto durante anos na criação de um pedal que conseguisse algo parecido usando um instrumento comum. Analisei diversos overdrivers para baixo alguns até bons mas que não chegavam a ter a mesma característica. A maioria embola muito o som principalmente nos graves.  Mas recentemente mudaram a linha de pesquisas pra uma idéia que eu até tive também - a de dividir o sinal do intrumento em dois sendo um puro e outro distorcido e somando no final. Até funciona mas não achei lá grande coisa, soa meio artificial.
     Resolvi então esmiuçar um circuito básico de distorção peça por peça até entender o que faz cada uma e quando cheguei no ceifador tive uma grande idéia. Este circuito é formado geralmente por dois diodos em antiparalelo e fica  no elo de realimentação ou depois do buffer. A função dele é ceifar o sinal que chega ali tornando-o achatado ou quadrado, isso gera uma distorção. Separando este circuito do restante resolvi aplicar a ele apenas parte do sinal passando antes por um filtro passa-altas de forma que somente estas frequencias são distorcidas mantendo ainda as características do buffer de entranda.
     Eis o resultado. Uma distorção que pode ser uma revelação. Naturalmente ganhou o nome de Squire Drive e vai fazer parte de um projeto ainda mais ambicioso: um box com 3 efeitos característicos de Chris sendo eles o overdrive (Squire Drive), filtro (Mutron 3 Envelope Filter) e tremolo (Pulsar) podendo ainda ganhar um fuzz. Esta pequena maravilha vai se The Fish em homenagem ao mestre e assim que tiverem sido realizados todos os testes estará a venda. Manterei sempre informações atualizadas por aqui. Um abraço a todos e aguardem mais informações e novidades.

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